sábado, 28 de novembro de 2015

CARLOS CHAGAS - MISTÉRIOS DENTRO DE ENIGMAS CERCADOS POR CHARADAS

Do presidente do partido, Rui Falcão, ao ex-presidente Lula, passando pela presidente Dilma e os ministros petistas – todos optaram por lançar Delcídio do Amaral ao mar, como carga supérflua. Continuar flutuando tornou-se essencial para eles, mesmo com o sacrifício do agora ex-líder do governo no Senado. Mais do que os anéis, sacrificaram um dedo gordo, isso depois de terem cortado outros, como José Dirceu e demais condenados no mensalão. O diabo é que o PT vai ficando maneta. Já não consegue manipular os desafios que se sucedem. Logo a embarcação dos companheiros irá a pique e seus principais dirigentes tomarão o rumo das profundezas.
A pergunta é saber se chegarão a 2018 antes do naufrágio. As variadas pesquisas de opinião, as ostensivas e as reservadas, indicam que o PT não manterá poder. Aproxima-se  o ensaio geral, daqui a menos de um ano, com as eleições municipais. Se o fracasso já era previsto para a escolha dos prefeitos das capitais estaduais e principais cidades, mais escancarado se torna com o decorrer dos dias. Prenúncio da   derrota maior quando se tratar  da eleição do sucessor de Madame.  Hoje, nem o Lula se salvaria, ainda que a indefinição sobre os candidatos oposicionistas torne a disputa nebulosa. Fora do ex-presidente, porém, nenhuma hipótese petista.
Do lado dos tucanos, Aécio Neves, Geraldo Alckmin ou José  Serra? No cada vez mais distanciado PMDB, o vice Michel Temer conseguirá empolgar? Entre os avulsos, Ciro Gomes, Ronaldo Caiado, Marina Silva, Jair Bolsonaro, Álvaro Dias, Cristóvam  Buarque, Joaquim  Barbosa e quantos mais?
Aguarda-se o desdobramento do petrolão. Entre companheiros, peemedebistas e integrantes de outros partidos,  o desespero é grande. Nem se fala dos empreiteiros e banqueiros também envolvidos. Mas chumbo grosso virá com certeza. O ministro Teori Zavaski recomendou que se espere mais denúncias. O juiz Sérgio  Moro não esmorece. E o país inteiro aplaude cada nova ação do Judiciário.
Em suma, as preocupações com 2018 ficam esmaecidas diante das surpresas de 2015 e seguintes. Ainda na próxima semana saberemos se o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, dará andamento a um pedido de impeachment contra a presidente Dilma, reação  prévia a  sua  provável condenação por  falta de decoro parlamentar pelo Conselho de Ética. Nesse caso,  se aprovado o afastamento da presidente por deputados e senadores, assumiria o vice Michel Temer, com a dúvida sobre se teria condições de pleitear a reeleição. Obviamente, se o Congresso não  rejeitar o princípio do segundo mandato,  imposto desde os tempos de Fernando Henrique. Mistérios dentro  de enigmas,  cercados por charadas.

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