sexta-feira, 29 de abril de 2016

Miguel Reale Jr. diz que impeachment é “contra a ditadura da propina”

Antes, o jurista Miguel Reale Jr., também autor do pedido de impeachment, disse que o processo de afastamento é contra a ‘ditadura da propina’.
Ele voltou a vincular a crise econômica às pedaladas fiscais e aos decretos de crédito suplementar assinados por Dilma sem autorização prévia do Congresso. E, ao terminar seu depoimento à comissão, rebateu as acusações do governo de que não haveria prova contra a presidente.
– Nunca vi um crime com tanta impressão digital. Estão lá as impressões digitais. Não era possível um delito com tanto prova. Um crime de responsabilidade sem punição, aí sim que é irresponsabilidade, uma forma de golpe, e essa Casa não vai aderir a isso – disse Reale Jr..
O jurista começou o seu depoimento manifestando solidariedade às vítimas do coronel Carlos Alberto Bilhante Ustra, que foi saudado pelo deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) em seu voto pelo impeachment na Câmara. E destacou que foi presidente da Comissão de Mortos e Desaparecidos por seis anos e que passaram por seus olhos “filmes de terror” de pessoas torturadas por Ustra.
– Lamento que esse pedido de impeachment tenha servido de oportunidade para que se homenageasse um torturador. Esse pedido não pode servir a isso – disse Reale Jr., que foi aplaudido por todos, inclusive petistas.
Ele prosseguiu falando sobre ditadura, mas afirmou que além da “ditadura dos fuzis” há a “ditadura da propina”, que o pedido de impeachment contra Dilma visaria combater.
– Há dois tipos de ditadura, a dos fuzis, e a, insidiosa, da propina, da busca do poder. É contra essa ditadura que estamos lutando, a que pelo gosto do poder não vê limites no uso da irresponsabilidade no uso da administração pública, que leva à destruição de bem público – afirmou.

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