quinta-feira, 27 de maio de 2010

- JUNQUEIRA FREIRE

Soneto

Arda de raiva contra mim a intriga,
Morra de dor a inveja insaciável;
Destile seu veneno detestável
A vil calúnia, pérfida inimiga.

Una-se todo, em traiçoeira liga,
Contra mim só, o mundo miserável.
Alimente por mim ódio entranhável
O coração da terra que me abriga.

Sei rir-me da vaidade dos humanos;
Sei desprezar um nome não preciso;
Sei insultar uns cálculos insanos.

Durmo feliz sobre o suave riso
De uns lábios de mulher gentis, ufanos;
E o mais que os homens são, desprezo e piso.



Luís José Junqueira Freire (Salvador, Bahia, 31 de dezembro de 1832 - Salvador, Bahia, 24 de junho de 1855) - Além de poeta, foi monge beneditino e sacerdote. Foi escolhido patrono da cadeira nº25 da Academia Brasileira de Letras por Franklin Dória, no momento de sua fundação. Na clausura do Mosteiro de São Bento de Salvador, afirma-se que viveu arrependido pela decisão que tomara.

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