Cientistas políticos divergem sobre as causas e as soluções desse problema que afeta o cotidiano do país. Enquanto um enxerga causas históricas e culturais para a questão, outro acredita que o próprio sistema político atual a favorece.
O Brasil ocupa hoje a 64ª posição dentre os 178 países que participam do ranking de percepção da corrupção promovido pela ONG Transparência Internacional, com pontuação de 3,7 numa escala em que 10 representa o melhor cenário. Mesmo com tanta experiência nacional acerca do problema, especialistas ainda divergem sobre as suas causas e soluções.
O Brasil ocupa hoje a 64ª posição dentre os 178 países que participam do ranking de percepção da corrupção
Durante a 63ª Reunião Anual da SBPC, a CH On-line ouviu dois especialistas que participaram de uma mesa-redonda sobre corrupção: o cientista político Ricardo Caldas, da Universidade de Brasília (UnB), e o antropólogo Marcos Otávio Bezerra, da Universidade Federal Fluminense (UFF).
Para Caldas, o problema tem raízes culturais e históricas que remetem à formação da nação, quando Portugal permitia, na então colônia, a exploração de terras públicas por figuras privadas por meio da concessão das capitanias hereditárias.
Já Bezerra discorda dessa visão. O pesquisador defende que a corrupção é favorecida por práticas institucionais do próprio sistema político do país, que abre brechas para atividades que, apesar de legais, são muitas vezes imorais – por exemplo, a prática comum entre os parlamentares de investir recursos federais somente em suas bases eleitorais.
Ambos concordam, no entanto, que o combate à corrupção só será viável quando a sociedade civil se organizar para reivindicar melhores mecanismos de fiscalização.
Por: Sofia Moutinho/Revista Ciência Hoje.
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