domingo, 30 de setembro de 2012

O PT esfolado

 

 
Sebastião Nery
Tribuna de Imprensa
 
Em 1944, os inimigos da ditadura já estavam cansados de esperar que Getúlio Vargas cumprisse o compromisso de convocar eleições. Decidiram partir para a ofensiva e lançar um candidato. Diante da situação, procuraram um militar. Surgiram três nomes: general Heitor Borges (que, na partida da FEB para a Itália, havia dito, em discurso, que os pracinhas iam defender lá fora a mesma democracia que queriam aqui dentro), o general Estilac Leal e o brigadeiro Eduardo Gomes. 
 
Brig. Eduardo Gomes 
Procurado por Pedro Aleixo, Eduardo Gomes insistiu que o candidato devia ser um civil e, de preferência, o próprio Pedro Aleixo. Mas acabou aceitando não propriamente a candidatura, mas o lançamento de seu nome para pressionar o ditador. A bola de 1945 começou a rolar. 
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GETULIO 
Getúlio foi surpreendido pela notícia e logo foram presos, no Rio, Adauto Lúcio Cardoso, Dario de Almeida Magalhães, Virgílio de Melo Franco, Austregésilo de Athayde. 
Coriolano de Góis, chefe de Polícia, disse que a ordem era do ministro da Guerra, Eurico Gaspar Dutra. 
Procurado, Dutra desmentiu: o Exército não tinha nada com as prisões. Alguém foi a Getúlio, que disfarçou: 
- Não sei do que se trata. Soube que o doutor Virgílio de Melo Franco foi preso porque perturba o esforço de guerra, articulando candidaturas. 
A candidatura Eduardo Gomes cresceu e Getúlio, encurralado, foi obrigado, no dia 22 de fevereiro de 45, a convocar eleições para dezembro. 
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PEDRO ALEIXO 
Pedro Aleixo relembrou essa história ao saudoso jornalista Antonio Carbone e dela tirou quatro conclusões: 
1.“A História ensina que em política não se deve ficar perguntando aos outros o que fazer. Cada qual que faça o que acha que deve fazer e deixe o resto por conta dos acontecimentos, que sempre vão em frente.” 
2. “Em 1944, em plena ditadura, lançamos um candidato à Presidência sem que tivessem sido convocadas eleições. O lançamento é que forçou a convocação das eleições e apressou a derrubada do ditador.” 
3. – “É um erro ficar-se muito atento à música oficial para ver como se dança. Cada qual que dance com a música de suas convicções”. 
4. “Quem bate demais também esfola a mão de tanto bater.” 
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LULA 
Lula e o PT começaram o ano batendo em todo mundo, adversários e aliados mais distantes. Diziam que iam varrer o pais ganhando as eleições municipais de ponta a ponta. Bastaram três meses de campanha para quebrarem a cara. Estão sendo derrotados e humilhados de norte a sul. 
O PT deixou de ser um partido. Virou uma cara. Ameaçavam com o começo do horário eleitoral. Iam jogar a cara de Lula na TV e todo mundo teria que sair da frente. Veio o horário eleitoral e Lula e o PT deram chabu. 
Lula havia anunciado que iria a todas as capitais e às maiores cidades. 
Descobriu que não bastava comprar pesquisa do Ibope. ( O Vox Populi, de tão lacaio e desmoralizado, nem comprador encontra mais). E Lula nem foi a Recife. O candidato do PT desabou por si. Foi a São Paulo e o candidato do PT não sai do lugar. Pôs a viola no saco e sumiu no Mexico. 
Das outras 22 capitais, só foi a duas : Salvador e Manaus. Não adiantou.