sexta-feira, 4 de outubro de 2013

MORADORES DO BAIRRO MUTIRÃO, SEM LENÇO, SEM DOCUMENTO E SEM NADA NO BOLSO OU NA MÃO



  





                                             

                                            
Entra ano, sai ano e o povo do Bairro Bom Jardim (MUTIRÃO) continua sendo desrespeitado pelo poder público, sem lenço e sem documento, sem nada no bolso ou na mão.  

De concreto, por enquanto, só a esperança consola  os que lá moram, depois da frustração   com mais um mandato de prefeito.

Depois de vários desabafos de José Aparecido Roque Alves, Borracha, presidente do bairro, com quem trabalho no Centro de Zoonose, resolvi conferir “in loco” e o que vi foi um total estado de abandono.

Ao conversar com algumas pessoas, resolvi fazer essa matéria e tornar público como vivem esses moradores..

O estado em que se encontra o bairro não é de hoje, mas segundo o Borracha não existe nenhum gesto da atual administração que sinalize por menor que seja algum tipo de mudança em favor da população.

A população ali residente é de gente trabalhadora, é tanto verdade que só uma pequena parte vive da mísera ajuda do Bolça Família. A grande maioria vive de renda fruto do seu trabalho.

A maioria das  casas se encontram em estado lastimável, algumas delas abandonadas por não oferecerem condições de serem habitadas.

A reclamação geral é a demora da prefeitura em regularizar os lotes, exigência principal da Caixa Econômica para a liberação de crédito para reforma dos imóveis.

Estive no Cartório Mesquita para verificar como estava o andamento do processo de regularização dos terrenos e tive como resposta o seguinte: o município de Rolim de Moura até o momento não deu entrada em nenhuma solicitação nesse sentido.

Fui informado ainda, que  foi uma  arquiteta lá e fez uma consulta de como proceder para dar entrada no processo de regularização, mas ficou nisso e, ninguém mais procurou o Cartório para tratar do assunto.

Borracha disse ainda que, semana passada esteve no gabinete do vice-prefeito Luizão do Trento que também é secretario de fazenda e planejamento para tratar do assunto, mas foi aconselhado a ficar quieto que no momento a prefeitura não dispõe de recurso para mexer com isso.

Outra coisa que o Borracha comentou foi com relação ao Centro Comunitário, que nada mais é do que um salão onde os moradores se reúne para discutir seus problemas. 

Segundo o presidente Borracha, a cerca de sessenta dias um secretário municipal acompanhado da procuradora municipal, se reuniram com a comunidade para informar que a partir daquela data, para que eles usassem o salão para suas reuniões teriam que assumirem a conta de luz, pois o município não mais iria  arcar com o pagamento. 

A conta é em torno de 70,00 reis, quantia irrisória para prefeitura, mas para aquelas pessoas não, até  por que só dois ou três contribui.

Para piorar a situação dos que residem lá, o único lugar de lazer que é o campo de futebol, está sendo solicitado pelo proprietário a desocupação da área. 

Segundo o Borracha e o Sr. Luiz Cândido, técnico da escolinha de futebol, eles não invadiram nada e estão lá há 22 anos, com consentimento do proprietário, quando a área pertencia ao Marcondes.

Ele disse que não sabe por que só de um ano pra cá veio o questionamento. Não entro nesses detalhes, até por que o atual proprietário está de posse de um documento da prefeitura e de escritura pública que atesta que ele é o proprietário da área e, nada mais justo que ele tome posse desta.

Ainda segundo Borracha, na condição de presidente do bairro, para desocupar o local, ele precisa de um parecer da Justiça, pois ele representa a comunidade que nele confiou quando o elegeu.

Borracha disse também  que já tentou de tudo para que a prefeitura encontre uma solução para o problema, mas sempre tem como reposta que a área é particular e assim sendo a prefeitura não tem como ajudar a população.

Essa resposta é eivada de má vontade, pois a prefeitura tem com indenizar o proprietário, desapropriar a área e doa-la a comunidade.

Eu acho que os vereadores nunca visitaram o Bom Jardim/Mutirão, pois do contrário o bairro não se encontrava no estado de abandono em que se encontra.

O meu questionamento não é quanto a quem tem direito ou não sobre a área do campo de futebol. Questiono o descaso do poder público municipal que tem a obrigação de promover o bem está da população e não cumpre com sua obrigação.

Sei que corro o risco de um puxa-saco desqualificado ler essa matéria e chegar para o prefeito dizendo que eu estou contra ele, mas tudo bem, eu não abro mão da minha liberdade de opinar e nem de exercer minha cidadania.

Não estou aqui fazendo oposição a ninguém e, nem tão pouco contra o prefeito César Cassol e nem o Luizão do Trento. Só estou mostrando drama daquelas pessoas e, quem for lá conferir,com certeza vai me dar razão.

Sei que a prefeitura está com dificuldades financeiras, mas isso não pode ser um impedimento para que o poder público leve pelo menos esperança para aquelas pessoas humildes e trabalhadoras.

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