terça-feira, 22 de julho de 2014

Polícia identifica 13 grupos que agiriam com violência em protestos


 


O Globo

RIO — A polícia identificou 13 grupos “cujos objetivos declarados seriam lícitos — organização de protestos e difusão de ideias que contestam o status quo vigente — mas que conteriam indivíduos cuja atuação seria dirigida, de fato, para a prática de atos violentos e de confronto”. De acordo com o relatório enviado ao Ministério Público, esses grupos criaram a Frente Independente Popular (FIP), “cujo objetivo seria a definição de uma linha de atuação para os diversos grupo e indivíduos envolvidos na realização de protestos”.
De acordo com o trabalho da polícia, a FIP era gerida por meio de dois tipos de reunião: as públicas e as de natureza fechada. "Nestas reuniões fechadas estabeleceu-se que o protesto pacífico não seria meio hábil ao alcance dos objetivos dos grupos, tendo sido, então, definido que deveria ser incentivada a prática de ações violentas no momento das manifestações, tais como a depredação de bancos, de estabelecimentos comerciais e o ataque a ônibus e viaturas policiais".
O inquérito policial sobre as manifestações violentas no Rio revela que a FIP passou a atuar em duas frentes, uma delas operacional, dedicada a organizar as ações violentas; e outra dedicada à comunicação e propaganda, “destinadas da publicidade às decisões e às ações planejadas, bem como cooptar novos integrantes”.
PRISÃO DECRETADA PARA 23 ATIVISTAS
Na sexta-feira, o juiz Flávio Itabaiana de Oliveira Nicolau, da 27ª Vara Criminal, decretou a prisão preventiva de 23 pessoas envolvidas em atos violentos. Eles são acusados de associação criminosa, dano qualificado, resistência, lesões corporais, posse de artefato explosivo e corrupção de menores. Entre eles, estão Eliza Quadros, conhecida como Sininho, e a advogada Eloísa Samy, que, nesta segunda-feira, se abrigou no consulado do Uruguai, em Botafogo, com outros dois ativistas. Samy e outras 17 pessoas são consideradas foragidas.
Sininho está entre os cinco dos 23 ativistas que já estão presos. Além dela, foram detidos Camila Aparecida Rodrigues Jourdan; Igor Pereira D' Icarahy; e os dois acusados pela morte do cinegrafista Santiago Andrade, Fábio Raposo e Caio Silva de Souza. Outros dois ativistas que também estavam presos e não entraram na lista dos 23 com prisão decretada foram soltos no início da tarde de sábado. Tiago Teixeira Neves da Rocha e Eduarda Oliveira Castro de Souza foram beneficiados por habeas corpus concedido pelo desembargador Siro Darlan, da 7ª Câmara Criminal, na sexta-feira. A decisão também incluía os ativistas Eliza Quadros, Camila Jourdan e Igor Pereira D' Icarahy, mas estes não foram soltos devido ao mandado de prisão preventiva.


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