Após a morte de quatro pessoas atingidas por um raio em Praia Grande, no litoral de São Paulo, na tarde desta segunda-feira (29), estou postando essa matéria como forma de alerta, até por que estamos em pleno inverno amazônico e em uma região onde a ocorrência de raios é endêmica, não do ponto de vista de saúde pública, mas pela ocorrência de temporais e também pelo grande volume de chuvas nessa época do ano.
Segundo o capitão do Corpo de Bombeiros Maurício Biloti Machado Cunha, a falta de informação com relação aos perigos de descargas elétricas contribuiu para os incidentes. "Nesse caso, houve imprudência, não proposital, mas talvez pela falte informação. Eles se abrigaram sob um guarda-sol, objeto que atrai raios, assim com árvores. Imediatamente após o fato, ainda era possível encontrar pessoas na faixa de areia, sob lugares que atraem raios", afirmou a capitão.
"Quando começa a cair raios, orientamos as pessoas a saírem da água. Não necessariamente quando chove, porém, nós redobramos a atenção. Todo lugar aberto, como campos de futebol ou praias, são mais suscetíveis a raios, por isso a orientação é que a população evite esses locais durante tempestades de raios. Porém, é importante lembrar que não temos o poder de polícia", salienta Maurício Cunha.

Definitivamente o Brasil é o país dos raios e morar aqui é conviver com o risco iminente dos acidentes que ocorrem com muita frequência. Por isso, é preciso entender e conhecer melhor sobre os riscos causados pelas descargas elétricas para sabermos como podemos nos proteger.
De acordo com o especialista Osmar Pinto Junior, os raios são formados pelas gotículas de água que sobem acima das nuvens e se transformam em partículas de gelo, que se agitam (batendo umas nas outras) provocando atrito que as deixa carregada eletricamente. Quando as partículas ficam muito carregadas, elas não aguentam mais “segurar” a energia e formam-se os raios.
Existem situações muito perigosas que podem aumentar os riscos de ser atingido, como por exemplo, o ocorrido com o ex-policial militar, José Júlio Cesar, que foi atingido por um raio quando voltava para casa pilotando uma motocicleta. Segundo ele a força foi tão grande e o impacto foi tão violento que ao receber a descarga, ele ficou inconsciente e só acordou depois de cinco dias. Porém os danos causados em tão pouco tempo ainda podem ser sentidos quase um ano depois do acidente, e José precisa fazer fisioterapia para recuperar plenamente os movimentos. Com certeza,sobreviver a um raio é um verdadeiro milagre, mas ocorre quando a vítima é atingida indiretamente pela descarga, recebendo apenas a corrente que é propagada pelo solo.
Outro perigo que também é muito comum em locais abertos é a chamada Descarga Conectante, que ocorre da seguinte forma: toda vez que um raio vem em direção à terra, quando está a cerca de 200m do chão, uma outra corrente vinda do solo, sai em sua direção. Se alguém estiver próximo a esta corrente que sai do chão, ela o usará como “conector” e passará por meio da pessoa. Em alguns casos o raio que vem das nuvens é atraído por um para-raios e diminui os danos à pessoa que recebeu a descarga. Caso contrário, as chances de sobreviver são nulas.
O para-raios é um equipamento instalado em prédios para protegê-los contra os raios, e muitas pessoas acham que por estarem nas cidades estarão protegidas por esse equipamento. Porém é preciso entender que a área protegida por um para-raios é equivalente à altura do mesmo. Por exemplo, um prédio de 30 m de altura, protege a área que esteja dentro de um raio de 30 metros. Ou seja, fora deste perímetro, você está desprotegido.
Ainda assim, o para-raios tem a função de proteger a estrutura do prédio, mas não impede que haja indução de corrente em todas as fiações elétricas do prédio. E essa indução chegue às tomadas dos apartamentos. Por isso é tão importante proteger os seus aparelhos eletroeletrônicos ligados à tomada usando os dispositivos da Clamper. A indução que chega até o seu apartamento é perigosa e pode danificar seus aparelhos.
FONTE: Fantástico/Rede Globo
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