Não pude passar sem comentar parte do artigo publicado por Robson Oliveira.
Quero registrar aqui que concordo com as duas primeiras partes de seu artigo (Subestimar e Execração), todavia, a terceira parte (Hipocrisia), não me contive e resolvi comentar, nos seguintes termos:
Caro senhor Robson Oliveira;
Causou-me perplexidade a vossa indignação ao posicionamento do STF acerca da vaquejada, não necessariamente pela sua visão, mas principalmente pelos argumentos distorcidos e fracos que o senhor apresentou em defesa dessa prática.
Primeiro o senhor alegou que a vaquejada é "- evento centenário da cultura nordestina -", pois bem:
Salvo engano, esse jurássico argumento - com a devida exceção do termo "nordestina" - foi utilizado também pelos escravagistas, ao se contraporem ao movimento abolicionista, ou seja, alegavam que a escravidão era centenária e necessária, pois gerava renda, e diziam que com a pretendida abolição os fazendeiros, agricultores e empresários de modo geral, iriam "à bancarrota", pois perderiam dinheiro e teriam prejuízo nas suas contabilidades.
Cabe salientar que os escravos prestavam serviço sob tortura, sem remuneração, e contra as suas vontades, apenas e tão somente para o capricho de seus senhores.
Mais adiante em seu artigo vossa senhoria faz uma analogia da vaquejada com esportes violentos ("esportes" esses que eu não aprecio), mas respeito a opinião de quem gosta ou pratica, pela simples razão de que, a meu ver, ali se enfrentam duas pessoas de modo voluntário.
Tal argumento não cabe para defender a vaquejada, pois, a exemplo da escravidão, nesse evento os animais não participam por vontade própria, e sim, forçados a divertir pessoas, ao custo de sofrimento, fraturas, torções, sangramentos e até mesmo morte de animais.
Sou radicalmente contra a vaquejada, assim como entendo ser errado também outros eventos do gênero, como rinha de galo, de canários, de cães, etc.