Subestimar
A verdade é que parte considerável das forças políticas rondonienses subestimou a candidatura do Dr. Hildon. Exceto o deputado estadual Ribamar Araújo (PR), que imediatamente ao final do primeiro turno sinalizou apoio ao tucano. Os demais deputados estaduais, capitaneados por Maurão de Carvalho, entraram na campanha de Léo Moraes. O governador Confúcio Moura (PMDB) e os secretários também aderiram. Aliás, coube ao governador encerrar a campanha de TV e rádio do petebista prometendo asfaltar todos os bairros da capital. Uma promessa demagógica, mas que o eleitor deveria agora exigir que fosse cumprida.
Execração
O Presidente Regional do PSDB, Expedito Júnior, apesar de ser o principal articulador da candidatura de Hildon Chaves, manteve-se discreto na campanha administrando os conflitos naturais de um pleito. A discrição não impediu que o comitê eleitoral do petebista partisse para execrá-lo como forma de desmontar o discurso de o “novo” na política, forjado pelo pupilo Hildon Chaves. Júnior foi o que mais apanhou na campanha da capital. Esqueceram um detalhe: em todas as pesquisas feitas com os prováveis candidatos a senador de 2018, o grão tucano aparece bem postado. Trocando em miúdos, hoje tem mais intenção de votos ao Senado do que rejeição.
Hipocrisia
Finalmente, um congressista descolado do "politicamente correto" decidiu apresentar um projeto de lei para que a vaqueja - evento centenário da cultura nordestina - seja considerada legal. É que o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, por 6 votos a 5, declarar inconstitucional uma lei cearense que regulamentava a atividade, sob a alegação que a vaquejada impõe sofrimento aos animais. No entanto, fecha os olhos em relação as trocas de sopapos, murros, pontapés e cotoveladas entre praticantes do UFC ou MMA. Nessas arenas, ao que parece, seres humanos podem se engalfinhar até sangrar que não há sofrimento e é constitucionalmente legal. O congressista corajoso é o senador baiano Oto Alencar (PSD) que quer a liberação da vaquejada em respeito a cultura centenária nordestina. Hipocrisia pura tal vedação.
Um comentário:
Não pude passar sem comentar parte do artigo publicado por Robson Oliveira.
Quero registrar aqui que concordo com as duas primeiras partes de seu artigo (Subestimar e Execração), todavia, a terceira parte (Hipocrisia), não me contive e resolvi comentar, nos seguintes termos:
Caro senhor Robson Oliveira;
Causou-me perplexidade a vossa indignação ao posicionamento do STF acerca da vaquejada, não necessariamente pela sua visão, mas principalmente pelos argumentos distorcidos e fracos que o senhor apresentou em defesa dessa prática.
Primeiro o senhor alegou que a vaquejada é "- evento centenário da cultura nordestina -", pois bem:
Salvo engano, esse jurássico argumento - com a devida exceção do termo "nordestina" - foi utilizado também pelos escravagistas, ao se contraporem ao movimento abolicionista, ou seja, alegavam que a escravidão era centenária e necessária, pois gerava renda, e diziam que com a pretendida abolição os fazendeiros, agricultores e empresários de modo geral, iriam "à bancarrota", pois perderiam dinheiro e teriam prejuízo nas suas contabilidades.
Cabe salientar que os escravos prestavam serviço sob tortura, sem remuneração, e contra as suas vontades, apenas e tão somente para o capricho de seus senhores.
Mais adiante em seu artigo vossa senhoria faz uma analogia da vaquejada com esportes violentos ("esportes" esses que eu não aprecio), mas respeito a opinião de quem gosta ou pratica, pela simples razão de que, a meu ver, ali se enfrentam duas pessoas de modo voluntário.
Tal argumento não cabe para defender a vaquejada, pois, a exemplo da escravidão, nesse evento os animais não participam por vontade própria, e sim, forçados a divertir pessoas, ao custo de sofrimento, fraturas, torções, sangramentos e até mesmo morte de animais.
Sou radicalmente contra a vaquejada, assim como entendo ser errado também outros eventos do gênero, como rinha de galo, de canários, de cães, etc.
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