segunda-feira, 13 de março de 2017

O BOBO



 

“Olha, meu, nossa, o cara é descolado mesmo, hein, meu?”
“Fui à universidade.”
“Xarope!”

Mas veja só esse comportamento
É tão conveniente quanto confortável
Não é preciso muito discernimento
Nem se preocupar em parecer razoável

Jura de pé junto que é do Zé Povinho
Mas só quer andar com pessoal descolado
É tão rebelde quanto um carneirinho
Que obedece à patrulha pra não ser patrulhado

E alguém tá rindo da tua certeza
O revoltado bobo é uma beleza de se enganar
Você caiu feito um marreco no esquema
Que pena! Que pena! Que pena!

Mas é que o burro não sabe que é burro
Só quer é tirar onda no meio da manada
Papai Noel te fez de rena
Rena! Rena!
Yeah!

“Cadê a minha mortadela, Lobão?”
“Tá lá no comitê”

Você teve tanta certeza de tudo
Mas se desesperou
Você engoliu a lorota de um mundo
Que te devorou
Mas a certeza de tudo é um sorvete na testa
Que te carimbou
E no conforto do rebanho é uma teta que seca
E que você mamou

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