
De tempos em tempos a ameaça ressurge. Já foi apresentada três
vezes no Congresso, não prosperou, mas de novo retorna feito lobisomem
em noite de sua cheia. Fala-se da votação para deputado em lista
fechada. O eleitor ficaria proibido de escolher o candidato de sua
preferência, manifestando-se apenas pelo partido que melhor lhe agrade.
Aos caciques, donos das legendas, caberia elaborar a lista de
candidatos. É claro que se colocariam nos primeiros lugares. Nem
precisariam fazer campanha.
Trata-se de uma velhacaria que só favorecerá os dirigentes
partidários. Um breve contra a renovação, porque além de elaborar a
lista fechada, os caciques também controlarão o fundo partidário e os
recursos suplementares para as campanhas.
Nada mais lucrativo do que fundar um partido, ensina a malandragem. O
fundador consegue uma permanente fonte de renda, tem a eleição
garantida e afasta a incômoda tentativa de os mais novos ascenderem às
funções de chefia.
De tão gritante e canhestra, a lista fechada jamais se concretizou.
Mais uma vez, os mesmos de sempre insistem na mudança, tudo indicando
nova frustração. Quem sabe, agora, por meio de artifícios renovados,
obterão sucesso?
De jeito nenhum a adoção desse casuísmo servirá para diminuir o
numero de partidos. Pelo contrário, as siglas deverão multiplicar-se
através de variados expedientes.
Em suma, nada de novo debaixo do sol. A menos que o eleitorado
decida, por maioria, rejeitar mais essa tramoia. Que tal o cidadão comum
recusar-se a declinar sua preferência partidária, anulando seu voto?
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