Redenção Pela Morte
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- Exemplos não faltam, especialmente quando se trata de uma personalidade pública. Sua imagem toma uma nova roupagem, invariavelmente positiva em relação ao que realmente aquela pessoa fez, foi e realizou em vida. Ernesto Guevara é um clássico exemplo. Assassino, revolucionário e sanguinário, fundou, juntamente com Fidel Castro, uma Cuba que tirou de seus cidadãos a liberdade em troca de um sonho de igualdade, fazendo com que todos vivam igualitariamente na lama. Não fossem os alimentos e medicamentos que chegam dos EUA (aquele mesmo país que é acusado de ser o próprio demônio), talvez os cubanos fossem hoje mais um povo extinto.
- Com Lênin aconteceu o mesmo. Embalsamado, ainda é fonte de idolatria por parte da esquerda mundial e da intelectualidade diplomada. Pouco importa se ele foi o responsável por colocar em prática uma ideologia totalitária que arrastou cem milhões de almas para a morte (devidamente aperfeiçoada por Stalin). Seu semelhante chinês, Mao Zedong, levou o mesmo terror aos cantos mais remotos da China. Mesmo sendo um estuprador, assassino e destruidor da tradicional religião e cultura chinesa, é igualmente idolatrado, inclusive no Brasil, onde o P C do B, da Manuela D'Ávila, segue sua doutrina. Seu corpo também está embalsamado e exposto ao público como uma atração turística.
- Esta transmutação post mortem, no entanto, não é exclusividade dos políticos e governantes. Artistas, celebridades, profissionais dos mais diversos ramos, são elevados à categoria de "exemplos a serem seguidos" mesmo quando, de fato, sua história de vida e suas atitudes ditam justamente o contrário. Famosos como Cazuza, Niemeyer, Ulisses Guimarães, Betinho e John Lenon são apenas alguns exemplos de pessoas que, apesar de algumas possuírem um talento artístico inquestionável, defenderam idéias totalitárias ou foram exemplos de como não se deve conduzir a própria vida.
- Esta semana, o fato se repetiu. Hugo Chávez faleceu e imediatamente lá estavam os jornais chamando-o de "líder", "reformador" ou "grande estadista". Realmente ele pode ter sido tudo isto, (Hitler o foi em uma escala muito maior que Chávez e também não é digno de lamentos ou elogios) mas o importante é avaliar como ele utilizou sua liderança e o que ele proporcionou ao povo venezuelano. Respondo: miséria, cerceamento de liberdades e empobrecimento. Entregou seu país à ditadura cubana e quis impor o socialismo do século XXI, como ele próprio definiu sua revolução, que nada mais é do que o socialismo assassino (perdoem-me pelo pleonasmo) do século XX aplicado ao novo milênio.
- Não sou daqueles que desejam a morte de ninguém. Mesmo porque, muitas vezes, a morte ainda é castigo brando ante o crime que cometem certas pessoas. Não podemos, entretanto, entregar-nos ao discurso politicamente correto e absolver aqueles que morrem de todos os seus erros e mazelas que causaram como se, por terem falecido, tornaram-se perfeitos.
- O julgamento de seus atos após sua passagem por este mundo, cabe somente a Deus. Não cabe a nós, pois, exaltar e criar virtudes naqueles que se foram, sob pena de estarmos criando novos falsos ídolos que nada farão além de perpetuar a mentira daqueles que os criaram.
- Fonte: Blog do Lenilton Morato
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