Anderson Braga Horta
Caía o luar nos pântanos tranquilos.
Um sapo-boi coaxava tristemente.
A sinfonia sem calor dos grilos
enchia o quarto e entrava-me na mente.
Pus-me a escutá-los, momentaneamente:
cantavam mal… E eu me cansei de ouvi-los,
metendo o olhar, indagadoramente,
dentro da noite plena de sigilos.
Loucas perguntas, que ninguém responde,
em mim ecoavam, como numa furna.
E ébrio de sono e angústia, de repente,
julguei que os homens fossem brejos, onde,
regendo a triste orquestração noturna,
um sapo-boi coaxasse gravemente…
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Anderson Braga Horta (Carangola, 17 de Novembro de 1934) é um poeta brasileiro.
Fez o Ginásio em Goiânia (GO), e Manhumirim(MG); o Clássico em Leopoldina (MG); a Faculdade Nacional de Direito na Universidade do Brasil (Rio de Janeiro, 1959). Encontra-se em Brasília desde 1960, onde fez o primeiro vestibular da UnB, onde iniciou o Curso de Letras Brasileiras. Foi Diretor Legislativo da Câmara dos Deputados, professor de Português, cofundador da Associação Nacional de Escritores, de que foi secretário-geral, do Clube de Poesia de Brasília e de seu sucessor, o Clube de Poesia e Crítica, de que foi presidente, e da Associação Profissional, depois Sindicato dos Escritores do Distrito Federal. É membro da Academia Brasiliense de Letras, de que foi 1.º-secretário, e da Academia de Letras do Brasil, de que foi 2.º-secretário.
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