Febre, dor de cabeça, congestão, nariz entupido, dores pelo corpo, cansaço, espirros e tosse seca ou com secreção são os sintomas mais incidentes nestes meses outonais. Crianças ou adultos, quase ninguém escapa dos resfriados ou da gripe.
Assim que o mal-estar começa, a maioria das pessoas busca um medicamento para aliviar os sintomas de desconforto. Muitos utilizam algum anteriormente prescrito pelo médico, que já conhecem e que, de preferência, deu certo e funcionou bem. Até aí, tudo certo.
O problema é que a gripe pode se prolongar por mais de uma semana. Os sintomas de maior desconforto se atenuam, mas a sensação de cansaço, a congestão e principalmente a tosse tendem a persistir.
A tosse noturna atrapalha o sono. A tosse matinal assusta quem tosse e também os familiares que consideram que a gripe está “mal curada” ou que há “algo” mais que deve ser investigado.
Pais ficam aflitos com a tosse das crianças. A secreção nasal pode ficar amarela ou até mesmo mais esverdeada
Por tudo isso, muitas pessoas querem tomar um antibiótico para “curar mais rápido” e encurtar o tempo de tosse e congestão.
Será que funciona?
Vamos entender. A gripe é causada por vírus. O único tratamento específico para o vírus da gripe é uma droga chamada oseltamivir, para a qual há indicações precisas, inclusive quanto ao momento de administração; que deve ser aos primeiros sintomas do quadro gripal. No final do processo não faz mais diferença.
Os antibióticos são específicos para bactérias. As gripes não são causadas por bactérias. Por isso, o antibiótico não funciona para a gripe.
A grande questão é que a gripe pode “ abrir as portas” para uma infecção bacteriana secundária, como uma sinusite, por exemplo. Neste caso, a congestão é tanta que a secreção se acumula nos seios da face e se contamina secundariamente com bactérias. Aí, então, os antibióticos podem ser prescritos. Mas quem deve avaliar se há mesmo necessidade é o médico.
Devemos lembrar que a resistência aos antibióticos é um problema muito sério e muito grave nos dias de hoje. O uso de antibióticos deve estar restrito aos casos que realmente necessitam, de acordo com os protocolos clínicos e universais de atendimento.
Para cada situação há indicação de um tipo diferente de antibiótico. Por isso é que só o médico pode indicar e as receitas são especiais e controladas.
Gripe não se trata com antibiótico. Evite usá-lo desnecessariamente para não deixar que as suas bactérias fiquem resistentes.
Para a gripe, o melhor é tentar preveni-la. Há como prevenir a gripe. São atitudes muito simples, mas que quase ninguém tem a “ paciência” e a lembrança de colocar na rotina diária. A lavagem frequente das mãos, o arejamento do ambiente (mesmo que entre um ventinho mais para o frio) , a limpeza diária do nariz com soluções fisiológicas (duas vezes ao dia, pelo menos), a umidificação do ambiente e, claro, o trio mais importante: comer saudável, atividade física e dormir bem, são essenciais para se tentar evitar uma gripe. A vacina é excelente e das mais eficazes e seguras formas de prevenção.
Previna-se contra a gripe. Esta é a melhor conduta. O antibiótico não é a solução. Seu uso indiscriminado é que pode, sim, ser um grande problema.
Crédito da foto: Pixabay
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