quarta-feira, 20 de fevereiro de 2019

O homem: um ser mentiroso

 

Existe no mundo apenas um ser mentiroso: o homem. Todos os outros
 seres são verdadeiros e sinceros, pois mostram-se abertamente como 
são e manifestam o que sentem. Uma expressão emblemática ou 
alegórica dessa diferença fundamental é o fato de que todos os animais
 andam com o seu aspecto natural, o que contribui bastante para a
 impressão agradável que se tem ao vê-los; especialmente quando se
 trata de animais livres, tal visão enche o meu coração de 
alegria. Em contrapartida, devido ao seu vestuário, o ser humano
 tornou-se uma caricatura, um monstro; o simples fato de vê-lo é já
 algo de repugnante, que se destaca até pelo branco da sua pele, tão 
natural a ele, e pelas consequências repulsivas da sua alimentação à
 base de carne, que vai contra a natureza, bem como das bebidas 
alcoólicas, do tabaco, dos excessos e das doenças. Ele surge como uma
 mácula da natureza!
Arthur Schopenhauerin A arte de insultar
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Arthur Schopenhauer (Danzig22 de fevereiro de 1788 — Frankfurt21 de setembro de 1860)
 foi um filósofo alemão do século XIX.

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