quinta-feira, 20 de maio de 2010

POR - CINTHYA BEZERRA DE OLIVEIRA

Como vocês sabem, a escolha de Sofia é a história de uma mãe judia no campo
de concentração nazista de Auschwitz, que é forçada por um soldado alemão a
> escolher entre o filho e a filha - qual será executado e qual será poupado.
> Se ela se recusasse a escolher, os dois seriam mortos. Ela escolhe o menino,
> que é mais forte e tem mais chances de sobreviver, porém nunca mais tem
> notícias dele.
> A questão é tão terrível que o título se converteu em sinônimo de decisão
> quase impossível de ser tomada.
> Envio para vocês um artigo escrito em final de 2009 pelo economista Rodrigo
> Constantino. Autor de 5 livros. Escreve a coluna "Eu e Investimentos" do
> jornal Valor Econômico. É também colunista do jornal O Globo.
> Membro-fundador do Instituto Millenium. Vencedor do prêmio Libertas em 2009,
> no XII Forum da Liberdade. Seu curriculum vai muito além, é extenso e
> respeitável.
> " Serra ou Dilma? A Escolha de Sofia." (por Rodrigo Constantino )
> “Tudo que é preciso para o triunfo do mal é que as pessoas de bem nada
> façam.” (Edmund Burke)
> Agora é praticamente oficial: José Serra e Dilma Rousseff são as duas
> opções viáveis nas próximas eleições. Em quem votar? Esse é um artigo que eu
> não gostaria de ter que escrever, mas me sinto na obrigação de fazê-lo.
> Os antigos atenienses tinham razão ao dizerem que assumir qualquer lado é
> melhor do que não assumir nenhum?”
> Mas existem momentos tão delicados e extremos, onde o que resta das
> liberdades individuais está pendurado por um fio, que talvez essa postura
> idealista e de longo prazo não seja razoável. Será que não valeria a pena
> ter fechado o nariz e eliminado o Partido dos Trabalhadores
> Nacional-Socialista em 1933 na Alemanha, antes que Hitler pudesse chegar ao
> poder? Será que o fim de eliminar Hugo Chávez justificaria o meio deplorável
> de eleger um candidato horrível, mas menos louco e autoritário? São questões
> filosóficas complexas. Confesso ficar angustiado quando penso nisso.
> Voltando à realidade brasileira, temos um verdadeiro monopólio da esquerda
> na política nacional. PT e PSDB cada vez mais se parecem. Mas existem
> algumas diferenças importantes também. O PT tem mais ranço ideológico, mais
> sede pelo poder absoluto, mais disposição para adotar quaisquer meios – os
> mais abjetos – para tal meta. O PSDB parece ter mais limites éticos quanto a
> isso O PT associou-se aos mais nefastos ditadores, defende abertamente
> grupos terroristas, carrega em seu âmago o DNA socialista. O PSDB não chega
> a tanto.
> Além disso, há um fator relevante de curto prazo: o governo Lula aparelhou a
> máquina estatal toda, desde os três poderes, passando pelo Itamaraty, STF,
> Polícia Federal, as ONGs, as estatais, as agências reguladoras, tudo! O
> projeto de poder do PT é aquele seguido por Chávez na Venezuela, Evo Morales
> na Bolívia, Rafael Correa no Equador, enfim, todos os comparsas do Foro de
> São Paulo . Se o avanço rumo ao socialismo não foi maior no Brasil, isso se
> deve aos freios institucionais, mais sólidos aqui, e não ao desejo do
> próprio governo. A simbiose entre Estado e governo na gestão Lula foi
> enorme. O estrago será duradouro. Mas quanto antes for abortado, melhor
> será: haverá menos sofrimento no processo de ajuste.
> Justamente por isso acredito que os liberais devem olhar para este aspecto
> fundamental, e ignorar um pouco as semelhanças entre Serra e Dilma. Uma
> continuação da gestão petista através de Dilma é um tiro certo rumo ao pior.
> Dilma é tão autoritária ou mais que Serra, com o agravante de ter sido uma
> terrorista na juventude comunista, lutando não contra a ditadura, mas sim
> por outra ainda pior, aquela existente em Cuba ainda hoje. Ela nunca se
> arrependeu de seu passado vergonhoso; pelo contrário, sente orgulho. Seu
> grupo Colina planejou diversos assaltos. Como anular o voto sabendo que esta
> senhora poderá ser nossa próxima presidente?! Como virar a cara sabendo que
> isso pode significar passos mais acelerados em direção ao socialismo
> “bolivariano”?
> Entendo que para os defensores da liberdade individual, escolher entre Dilma
> e Serra é como uma escolha de Sofia.Anular o voto, desta vez, pode
> significar o triunfo definitivo do mal. Em vez de soco na cara ou no
> estômago, podemos acabar com um tiro na nuca.
> Dito isso, assumo que votarei em Serra, Meu voto é anti-PT acima de qualquer
> coisa. Meu voto é contra o Lula, contra o Chávez, que já declarou
> abertamente apoio a Dilma. Meu voto não é a favor de Serra. E, no dia
> seguinte da eleição, já serei um crítico tão duro ao governo Serra como sou
> hoje ao governo Lula. Mas, antes é preciso retirar a corja que está no
> poder. Antes é preciso desarmar a quadrilha que tomou conta de Brasília. Só
> o desaparelhamento de petistas do Estado já seria um ganho para a liberdade,
> ainda que momentâneo.
> Respeito meus colegas liberais que discordam de mim e pretendem anular o
> voto. Mas espero ter sido convicente de que o momento pede um pacto
> temporário com a barbárie, como única chance de salvar o que resta da
> civilização - o que não é muito.

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