Uma pergunta que todos fazem: o que é epilepsia?
Na etimologia da palavra a epilepsia assumiu um caráter místico, misterioso, religioso e mágico (Epi = de cima e lepgem = ser abatido, fulminado sem aviso, possuído).
Por conta disso, os povos antigos acreditavam que os epilépticos eram tomados, possuídos por maus espíritos e demônios.
Ainda, de acordo com a etimologia, a palavra epilepsia é originária do verbo grego epilambanein, que significa: “ser atacado, abatido, fulminado sem aviso”.
Para a Associação Brasileira de Epilepsia (ABE), devido a heterogeneidade da epilepsia, amparada nos trabalhos da Liga Internacional de Epilepsia (ILAE) a epilepsia “é um distúrbio cerebral causado por predisposição persistente do cérebro a gerar crises epilépticas e pelas consequências neurobiológicas, cognitivas, psicossociais e sociais da condição, caracterizada pela ocorrência de pelo menos uma crise epiléptica (ILAE – 2005, p.8).
Como a epilepsia não é uma entidade nosológica única, mas advém de várias condições diferentes que ocasionam disfunção cerebral, alguns preferem o uso do termo no plural “epilepsias”, mas a Comissão de Terminologia da ILAE, preconiza seu uso no singular, embora reconheça esta diversidade (p.8)”.
Em conclusão, podemos afirmar com a Associação Brasileira de Epilepsia (ABE): a partir da heterogeneidade da epilepsia, o termo distúrbio parece ser o mais abrangente, tanto no âmbito científico, quanto no social.
Demais disso, a ABE considera que os termos doença, portador e epiléptico, devem ser evitados (por serem estigmatizantes) e a epilepsia deva ser considerada um distúrbio, e o indivíduo que apresenta este quadro, denominado de pessoa com epilepsia.
De um modo geral, na literatura médica pertinente, você encontrará muitas expressões associadas à epilepsia.
Em tempo: Alentadora de esperança a notícia da primeira cirurgia de epilepsia realizada, com êxito, em Rondônia no Hospital de Base local, no dia 07/07/2011, pelo neurocirurgião Drº Ivan Ortiz.
Avante! Drº Ivan. A sociedade rondoniense espera que o Estado, agora, cumpra sua parte, adquirindo os equipamentos necessários para o evento cirúrgico.
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Como devem ser os primeiros socorros durante uma crise?
Com satisfação abrimos este espaço de hoje, em agradecimento ao doutor José Gomes Ruiz, ex-presidente da Associação Brasileira de Epilepsia ( ABE) e atual Secretário da entidade, ao emprestar sua experiência, indicando para nosso leitor, alguns procedimentos básicos, indispensáveis, no atendimento de primeiro socorro à pessoa com epilepsia, no momento da crise.
Afirma ele: “Gostaria de citar algumas providências que devem ser tomadas, quando uma “Pessoa com Epilepsia” sofre uma crise:
1-”Proteger a cabeça da pessoa, evitando que a mesma venha a sofrer constantes batidas” contra o chão. Deve-se também afastar a pessoa em crise, de quaisquer objetos próximos que possam causar ferimentos ( facas, tesouras, etc..).
2-Vire a pessoa em decúbito dorsal (D) ou (E), pois havendo o regurgitamento da "baba"; esta providencia evitará um possível sufocamento e morte da "Pessoa com Epilepsia". A “baba” não contagia ninguém, ou seja, não transmite, não pega a doença).
3-Se a pessoa estiver usando gravata, cinto ou sapatos apertados é ideal soltá-los, evitando-se sintomas desfavoráveis e que interfiram com a crise.
4-Jamais tome a iniciativa de inserir qualquer dedo na boca, na esperança de impedir que a pessoa engula a língua; a mesma tem seu freio e não será engolida. O mais certo de ocorrer, caso uma pessoa tente socorrer nesse sentido; será lesionar ou perder o dedo; não proceda dessa forma com a pessoa em crise”.
Assim, com esses ensinamentos básicos indicados, certamente, cada cidadão ou cidadã, poderia se tornar um Agente Comunitário de pessoa com epilepsia.
Acredito mesmo, que uma mudança nas atitudes da sociedade em relação à epilepsia, muito contribuiria para tornar mais fácil a vida dessas pessoas estigmatizadas.
Lanço, pois, o seguinte desafio: vamos ser Agentes Comunitários das pessoas com Epilepsia ?.
Na família , na escola, no clube esportivo, na terra, no ar, e no mar, em fim, em toda a comunidade planetária, se possível.
Eis, a receita capaz de ditar um convívio melhor dessas pessoas com sua comunidade.
Epilepsia não é contagiosa. Contagioso é o preconceito.
“In memoriam” do meu amigo e conterrâneo Raimundo Mendes, falecido em 16.07.2011, aos 78 anos de idade, nesta cidade de Porto Velho.
Homem simples, bom e justo, que muito me incentivou para continuar minha tarefa em prol das pessoas com epilepsia
Autor: Edmilson José de Matos Fonseca
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