domingo, 7 de dezembro de 2014

Nova lei: fumantes acuados


 

Em tempo, uma interessante coincidência. Na quarta-feira (03/12), entrou em vigor no Brasil a nova Lei Antifumo. Resumo da ópera: a vida dos fumantes será mais difícil – pois acender um cigarro passa a ser um ato proibido em praticamente qualquer lugar fechado, tanto público como privado.
No final da década de 1980, 36% dos brasileiros fumavam. Hoje, são apenas 11%. “Esse decréscimo se deve principalmente às políticas públicas de combate ao cigarro, como as diversas campanhas publicitárias e leis em vigor no país”, avalia Botelho. “Também tem a ver com a educação: na escola, as crianças aprendem que cigarro é ruim; o médico reforça o discurso; o padre fala que não se deve fumar; a mídia bate na mesma tecla, e por aí vai.”
“A indústria do tabaco está apavorada”, conclui o pneumologista da UFMT. Agora ela migra para países em desenvolvimento – notadamente na Ásia e na África, onde a legislação tende a ser mais permissiva para questões de saúde pública.
Enquanto isso, no mundo desenvolvido, esse notório segmento industrial adota outra estratégia: aposta no comércio do cigarro eletrônico. “Ainda não temos nenhum estudo científico, com dados populacionais relevantes, que ateste a segurança desse novo tipo de cigarro”, preocupa-se Botelho. O fato é que as indústrias, agora, investem pesado na compra e desenvolvimento de patentes de diversos modelos dos chamados e-cigarettes.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, o cigarro matou 100 milhões de pessoas ao longo do século 20. Estima-se que, se os patamares de tabagismo permanecerem estáveis, o cigarro responda, ao longo do século 21, por nada menos que 1 bilhão de mortes. “O tabagismo”, diz Bau, “é a principal causa prevenível de morte no mundo todo”.


Henrique Kugler
Ciência Hoje On-line

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