quarta-feira, 18 de outubro de 2017

Dia do Médico e a prece sensível do nosso Rafael Holanda

 

Dia do Médico. 18 de Outubro.
 
Honra os médicos por seus serviços, pois também o médico foi criado por Deus. Ecle38-1

Hoje, no dia básico de quem viveu um pouco de sua vida na vigilância pela vida de muitos, venho num sentimento de tristeza pedir perdão.

Perdão pelas verbas desviadas, para gastos de campanhas e nos momentos críticos nos culpa.

Perdão por não ser capaz de resolver problemas simples e essenciais para população e enxergar a dor da tristeza por mortes que poderiam ser evitadas. 

Perdão pela fome que campeia nas periferias, e o gemido da desnutrição ecoa, mas não chega aos suntuosos, em decorrência do cinismo dos governantes. 

Perdão pelos péssimos salários pagos a comunidade médica em geral, pela deficiência dos ambulatórios, e pela falta de medicamentos básicos nas nossas farmácias. 

Perdão pela mentira distribuída de forma acintosa, levando ao sacrifício das noites frias, milhares de sacrificados para consultas rápidas e sem sentimentos de amor, pela demora de resultados de exames ou marcação, quando o retrato do pobre inocente se espelha em um atestado de óbito.

Perdão pelo negar de atendimentos em muitos hospitais, que não se sensibilizam pela morte na porta e deixam que muitos partam sem o devido acolhimento.

Perdão por ter sacrificado dias da nossa vida nas campanhas políticas, sonhando algo melhor, elegendo vereadores, prefeitos, governadores que após vitória perdem a sensibilidade e renegam as mais simples pretensões dos que sofrem. 
Perdão pelos nossos momentos de ansiedade, pela maneira às vezes indelicada que dirigimos aos pacientes frágeis sensíveis e carentes de atenção. 

Perdão pela lágrima derramada de tantos, pela falta de uma palavra a muitos que sairiam felizes pelo conforto de um abraço.

Perdão por colegas que se perderam no tempo por não aceitarem a desgraça imposta pelo regime odiento de políticos para com a população, e sucumbiram diante da mentira e stress pelo mínimo necessário e não encontrado. 

Perdão pelos que transformaram sua força divina em cifrões, negando a sua conduta de beneficiar os necessitados, esquecendo o sossegar da dor.

Perdão pelo mau que a terra escondeu diante de tantos erros, porém a justiça acordou e deu o seu grito.

Perdão pelos bons, maus, competentes e incompetentes, ricos e pobres de espírito que enfrentaram a medicina de forma heroica ou negligente, mas que encontraram a curva da vida a sua moeda de verdadeira ou falsa.
Por fim, aceitem este oráculo de perdão, como se fosse um poema, que se por acaso enternece, ama teu médico através da vida, e lembrando dele numa prece. 

Rafael Holanda.

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