quinta-feira, 12 de abril de 2018

Pobreza extrema sobe 11% no Brasil e atinge 7% da população


© VEJA.com Piora da pobreza extrema acontece apesar do fim oficial da recessão
São Paulo – O número de brasileiros em situação de pobreza extrema subiu 11,2% entre 2016 e 2017, passando de 13,34 milhões para 14,83 milhões de pessoas.
Com isso, a porcentagem de pessoas nesta condição pulou de 6,5% para 7,2% de um ano para o outro no país.
Os dados são de um estudo da LCA Consultores com base nos microdados da Pnad Contínua divulgados nesta quarta-feira (11) pelo IBGE. 
É considerado em extrema pobreza aquele que ganha menos de US$ 1,90 de renda domiciliar per capita por dia ou 136 reais por mês.
A piora da pobreza extrema aconteceu apesar do fim oficial da recessão econômica, com crescimento de 1% no balanço de 2017 após quedas consecutivas de 3,5% em 2015 e em 2016.
“Estamos falando de pessoas que em geral não são alcançadas pelo emprego formal, nas quais o mercado não consegue chegar”, diz Cosmo Donato, economista da LCA.
“Se mesmo quando a economia crescendo muito não conseguia chegar, não é agora com retomada incipiente que conseguiria”.
O desemprego teve uma ligeira queda ao longo do ano, porém puxada quase que integralmente pela informalidade e pelo emprego em conta própria.
Cosmo também vê um possível efeito da crise fiscal e da queda de dois dígitos do investimento público em 2017.
Segundo ele, o gasto em itens como obras públicas muitas vezes tinha efeitos multiplicadores no interior do país mesmo quando seu custo-benefício era duvidoso.

Regiões e estados

A alta da pobreza aconteceu em todas as regiões brasileiras, indo de 2% na região Norte (1,95 milhão para 1,99 milhão) a 24% na região Centro-Oeste (4,4 milhões para 5,5 milhões). Mas é preciso tomar cuidado com as altas relativas.
O Nordeste, por exemplo, teve uma alta da pobreza extrema um pouco mais baixa do que a média nacional (10,8%), mas ainda concentra mais da metade das pessoas nestas condições.
Em estados com histórico de baixas taxas de pobreza, pequenas altas absolutas no número de indivíduos nesta situação geram saltos chocantes: foi o caso de Distrito Federal (61%), Mato Grosso do Sul (70%) e Paraná (37%).
Houve queda da pobreza extrema em 2017 em Rondônia (-18,7%), Tocantins (-14%), Santa Catarina (-9,7%), Amapá (-1,6%), Ceará (-1,5%) e Mato Grosso (-1,3%) e Paraíba (-1%).

Critérios

O números de câmbio real são de 2011 com correção desde então pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a inflação para as famílias de renda mais baixa.
A referência é do Banco Mundial com dólar em paridade de poder de compra, uma correção que equaliza o valor de bens e serviços nos diferentes países.
Foram consideradas todas as fontes efetivas de renda: trabalho, previdência ou pensão, programas sociais, etc.

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